2014.12.15
ACÇÃO MISSIONÁRIA AURORA – AMA
PROJECTO TCHUMA TCHATO
EM PARCERIA COM TFI
CARTA DE NOTÍCIAS 02/2014/15 – 20141215_TT2014/15_CN02
Caros amigos, apoiantes e futuros apoiantes do Projecto Tchuma Tchato.
Antes do mais, quero agradecer a todos que – apesar das vicissitudes que atravessamos no momento as quais não se vê nesga por onde fugir para realidades mais confortantes, em suma, a crise, não só Portuguesa mas global – mesmo assim ainda conseguem fazer das tripas coração e dar. Bem hajam!
Na medida do possível também vou dando, de mim e do que tenho. O dar de mim significa vir para cá e estar disponível, o dar do que tenho, como se diz, é de muita boa vontade.
A viagem desta vez foi uma aventura, graças a Deus. Ao tentar conseguir a passagem mais barata, através da internet, fui enredado numa espécie de conto do vigário, conhecida hoje em dia como publicidade enganosa, e comprei uma baratinha mas com armadilhas pelo meio. É que na escala, não só tive que mudar de aeroporto como também tive que levantar a mala de porão, transportá-la de um aeroporto para o outro e fazer o check-in novamente, com todos os inconvenientes que isso acarreta.
A acrescentar, o taxi de um lugar para o outro ficou por minha conta, o que encareceu a passagem. Bom, mesmo assim ainda foi a mais baratinha. Tudo feito à muletada. Desde já fica o aviso, na “tripsta.com” encontram-se ofertas aliciantes, mas atenção aos pontos de “exclamação(zinha),” que são atalhos para as tais armadilhas.
Na viagem de longo curso puseram-me ao lado de um casal Sueco que vinha passar uns dias de férias à África do Sul. Conversámos bastante durante a viagem e, ao chegarmos a Johannesburgo, eles seguiram para a Cidade do Cabo para depois subirem até ao Kruger, perto de onde fica a nossa missão. Nas despedidas trocámos email e moradas e ficou o convite de nos visitarem.
Finalmente cheguei à missão, um par de dias para adaptar à mudança e começar a trabalhar. Já se passaram 15 dias desde que cheguei, como o tempo voa…
Uma manhã, estava eu ocupado, vieram-me chamar porque estava um casal ao portão para mim. De repente fiquei sem saber quem seria, já que não tinha nada marcado. Era o casal Sueco, Max e Cristina! Surpresa agradável e francamente inesperada. Normalmente, para mim, as coisas não acontecem assim.
Já estavam a caminho do Kruger, precisavam de ir aos correios e lavar o carro que tinha ficado algo enlameado, depois de atravessarem as montanhas entre a Suazilândia e Barberton.
Conversámos um bocado, beberam um chá e fui mostrar-lhes os correios e onde poderiam lavar o carro. No avião tinha contado sobre o trabalho missionário e o Projecto em parceria com uma comunidade local. Quiseram visitar e então, antes de seguirem viagem, passámos pela igreja/centro comunitário que está a ser construída. Ficaram comovidos com o que viram, como estas coisas que para nós ocidentais são tão básicas podem aqui ter tanto valor e aumentar tanto a qualidade de vida.
O Max é engenheiro de aeronaves e disse logo que as traves mestras deveriam estar ligadas com parafusos e não apenas pregos. Prometeu fazer e enviar por correio os parafusos e anilhas. Fica igualmente a esperança de que, não apenas eles mas também o seu circulo social, se atrevam a fazer uma vaquinha para podermos acabar esta coisa.
Entretanto, a própria comunidade tem-se juntado e já conseguiram pelo menos montar as portas e uma das janelas. Também construíram os degraus que dão acesso à porta lateral como se vê na foto, o antes e o depois.
Esta é uma altura em que os negócios fecham e as pessoas vão de férias. Conto que a partir de Janeiro, quando se voltar ao trabalho, por cá também se levantem Mecenas.
Estamos juntos.
Bem hajam!
João Rodrigues
Clara Collazo

